sábado, 21 de janeiro de 2012

Pai nosso que estás nos céus

Deus Pai, é nosso paí. Se é nosso pai, isso inclui o fato de que ele é meu pai. Mas Jesus ensina que oremos chamando-o de nosso, não de meu. Se o pai é nosso, porque os motivos que me levam a buscá-lo são só os meus, e não os nossos? Quando muito, orações alcançam a dimensão coletiva da família, mas a regra é a relação individualizada, principalmente quanto àquilo que ao Pai se pede. Todo o restante da oração de Jesus é feita na primeira pessoa do plural, nós assim a recitamos mas parece que não percebemos esse fato, e não consideramos suas implicações.

Deus está nos céus, Deus não está aqui. Esse é o sentido da afirmação de Jesus: Deus não está aqui. É possível alcançá-lo por meio da oração, mas ele não está aqui. Isso nos induz a pensar que há um grande espaço de protagonismo para nós, que como se vê em outras falas de Jesus não é voluntário, mas obrigatório a quem o segue. No meio disso, no entanto, Deus é um pai que se apresenta e que age. Deixo para a teologia decidir se ele reina mas não governa, ou se reina e governa, ou o quanto reina e o quanto governa. Para nós resta saber que estando ele ausente é grande nossa responsabilidade, e que esse ausente de alguma forma também se faz presente.

No próxims posts vou refletir sobre a vinda do reino e a vontade de Deus. Até hoje não fiz uma reflexão com alguma consistência sobre a santificação do nome de Deus, por isso, essa frase fica para o fim.