sábado, 1 de outubro de 2016

Dois filhos

O pai pede ao primeiro filho que vá trabalhar na vinha. Ele diz que vai mas não vai. Então o pai pede ao segundo filho que vá trabalhar na vinha. Ele diz que não vai, mas vai. Qual dos dois, então, fez a vontade do pai? Obviamente, o segundo.

Essa simples história parece-me revelar algumas lições importantes.

1. Pouco interessam a esse pai os sentimentos, os desejos e as intenções. Interessa que o filho, de cara amarrada ou não, feliz ou triste, vá trabalhar na vinha. É o que ele precisava que fosse feito naquele dia.

2. Certo e errado não fazem parte desta parábola bíblica. Ao final de contar a singela história, Jesus pergunta: quem fez a vontade do pai? A referência para os filhos é a vontade do pai, que é manifesta, bem clara: trabalhar na vinha.

3. Trabalhar na vinha não é tudo o que os filhos poderiam fazer ao longo do dia, mas é algo que não podiam deixar de fazer. Quanto ao resto do tempo, nada lhes foi pedido.

4. Ao final da história, Jesus diz que meretrizes e publicanos precedem os discípulos no reino de Deus, porque creram. A história nada fala em crer, razão pela qual parece que Jesus iguala crer a obedecer.

São pequenas observações que vão evoluindo ao longo do tempo, e vão consolidando a centralidade desse texto na minha experiência de fé em Cristo.