quinta-feira, 27 de março de 2014

Mensagem do deserto - neopentecostalismo às avessas

O esquisito João Batista se alimentava de gafanhoto e mel silvestre, vestia roupas bem diferentes daquelas utilizadas à época, e, ao que tudo indica, morava no deserto. Fora da cidade, ao lado do rio, lançava suas imprecações contra o estado de coisas vigente. Entendia que a sociedade estava corrompida e que todos eram pecadores perdidos. Pregava arrependimento e mudança de vida.

Interessante é que parece que atraía multidões com esse seu jeito extravagante - pelo menos para hoje, não sei bem se era extravagante à época - e com sua pregação condenatória. Instava os ouvintes a se arrependerem para fugir da condenação eterna, pois o juízo se abateria sobre eles: "já está posto o machado à raiz da árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo".

Atemorizados, os ouvintes lhe perguntavam: "o que faremos?" E João Batista se revelava um pastor neopentecostal às avessas:

1. Dividam o que têm;
2. Não se aproveitem de suas posições para enriquecer; e
3. Contentem-se com o salário que ganham.

João Batista parece ter sensibilidade particularmente afiada para as questões econômico-financeiros, mas dá conselhos para lá de esquisitos. Não teria chance alguma de ser pastor evangélico.Se entrasse numa igreja evangélica de nossos dias creio que não seria muito bem recebido.

Vale a pena refletir na mensagem do deserto.