domingo, 27 de setembro de 2009

Cohen and Blackmore's Night

Leonard Cohen e Blackmore's Night invadiram minha praia recentemente.

O primeiro descobri a partir de Shrek, filme no qual conheci a música "Hellellujah". Impressionado com música e letra, fui atrás do autor - Cohen. Descobri um universo de letras profundas, proféticas, existencialistas. Encantei-me com Cohen.

"There is a crack in everything, that's how the light gets in"... "and even though it all went wrong I'll stand before the Lord of songs with nothing on my tongue but Hallellujah"... "ring the bells that still can ring, forget your perfect offering", e por aí vai.

Leonard Cohen é um mundo a ser explorado. Do que conheço, nada mais próximo das letras do reino do que ele.

Blackmore's Night é ritmo, melodia e festa. Ritchie Blackmore era um rockeiro do Deep Purple que secretamente ouvia música renascentista. Com Candice Night formou esse grupo que toca em castelos para, no máximo, 3000 pessoas pagando, no máximo, 25 dólares pela entrada. Go figure...

Ouvi-los é agradável, e elevador. Há preciosidades como Wish You Were Here, Diamonds and Rust, Ocean Gipsy e Just Call my Name.

Espero assisti-los ao vivo. Confira.

domingo, 13 de setembro de 2009

Venha o teu reino, seja feita a tua vontade

A despeito de que se trata de uma oração, a frase acima explicita o viés existencialista do evangelho do reino: sua vinda demanda o protagonismo humano, na medida em que o reino só vem se a vontade de Deus é feita, e feita por nós.

Devemos, portanto, agir como se o reino só se manifestasse a partir daquilo que fazemos, do nosso agir.

No entanto, a experiência cotidiana revela o Deus que age em determinados momentos e situações. Sem, no entanto, nos permitir saber com clareza quando, como e porque age.

E porque Deus age dessa maneira incompreensível, devemos orar como se a vinda do reino dependesse só dele.

sábado, 12 de setembro de 2009

No limiar de uma nova compreensão

Talvez o grande desafio do tempo presente seja a redefinição do significado da cruz de Cristo. Não que alguém esteja preocupado com essa temática - ao contrário, a cruz de Cristo está rapidamente desaparecendo do culto cristão protestante, ao mesmo tempo em que continua com os mesmos significados reducionistas no âmbito católico.

Um dos motivos pelos quais a cruz perdeu espaço no culto protestante diz respeito à impossibilidade de se explicar, logicamente, como a morte de Cristo na cruz pode legar ao ser humano a salvação de sua alma. Esse fundamento da fé cristã é dogmático, inexplicável. Creio que a morte de Cristo produz vida, sim, mas não na perspectiva de que o seu sacrifício opera a salvação do ser humano que, condeando ao inferno por causa de seu rompimento com Deus, está agora com ele reconciliado mediante a morte do Cristo na cruz e com presença assegurada na eternidade dos santos.

Como essa ideia não é compreensível ao homem pós-moderno, acabou sendo deixada de lado. Assim, surge o ambiente adequado para o trágico acontecimento que é o progressivo esquecimento, no âmbito protestante, da morte de Cristo, e morte de cruz.

A releitura do fato vai deixar de lado a antiga ideia (central no protestantismo) de que a morte de Cristo é um presente a ser recebido, para concentrar-se na ideia de que a cruz de Cristo é um exemplo a ser seguido - quem quiser salvar a sua vida deverá tomar cada dia a sua própria cruz. A cruz é o resultado natural da vida que Jesus levou. Possivelmente, aqueles que forem comprometidos com os valores do reino de Deus terão o mesmo destino.

A cruz é a consequencia da coerencia de quem viveu crendo que deveria amar de todo coração a seu próximo. De quem denunciou os homens que, no poder, oprimiam seus semelhantes. De quem negou-se a se conformar com uma sociedade despedaçada e sofrida.

Mas, se já esqueceram a ideia do presente recebido, estariam minimamente dispostos a considerar o exemplo a ser seguido?