terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sou da direita reacionária

Sempre desconfiei de mim mesmo.

Afinal, cresci assistindo Combate e torcendo pelo sargento americano, representado pelo ator Vic Morrow, na luta contra os malignos e estúpidos nazistas. Aprendi a torcer pela cavalaria contra os apaches. Fui doutrinado em uma teologia protestante que via na União Soviética o Império do Mal e no Mercado Comum Europeu a besta do Apocalipse. Morei em Brasília toda a minha vida - exceto por curtos períodos fora, um deles de um ano na Califórnia. Assistia aos desfiles militares da ditadura no Eixão. Não fazia ideia de que existia uma guerrilha no Araguaia e acreditava que os terroristas procurados pela ditadura estavam errados ao pegar em armas.

O país que eu mais queria conhecer eram os Estados Unidos. Nunca gostei de Karl Marx, e, a bem da verdade, entendia muito pouco de seus textos. Abominava a ideia de que a Albânia era modelo de qualquer coisa que fosse. Nunca entendi como Fidel Castro pudesse ser exemplo de líder a ser seguido. Tinha enorme dificuldade para aceitar a agressividade, arrogância e superioridade moral do pessoal de esquerda.

É verdade que, em alguns momentos, adotei algumas posturas inadequadas em relação a esse passado capitalista e reacionário. Participei bastante do movimento das Diretas Já. Organizei manifestações de apoio à volta da normalidade democrática. Envolvi-me com a Teologia da Missão Integral da Igreja e com a Teologia da Libertação. Filiei-me ao PPS quando o partido ainda era de esquerda. Votei no Lula desde sempre.

Mas, nos dias de hoje, minha convicção se firmou completamente. Não tenho mais dúvidas.

Vejam só: sou contra e luto contra a corrupção. Acredito que a governabilidade é um mito usado para justificar a ladroagem. Sou a favor da Ficha Limpa. Acho que o TCU deve paralisar obras com irregularidades. Penso que corruptos e demais criminosos devem ser presos.

Sou de direita.

Nenhum comentário: