quinta-feira, 10 de maio de 2012

O discípulo precisa professar o nome do mestre?

Nova pausa em Isaías - cujo estudo provoca reflexões intensas.

Um discípulo precisa professar, divulgar o nome de seu mestre para ser efetivamente discípulo? Se eu adotar a resistência não-violenta diante de uma situação crítica de opressão não irá demorar muito para que alguém me qualifique como discípulo de Mohandas "Mahatma" Gandhi, ou de Martin Luther King. Ainda que eu mesmo não tenha conhecimento da existência desse movimento na história.

A obrigatoriedade existente no protestantimo de se professar o nome de Cristo como condição para a salvação conduz a uma situação contraditória: professantes que não são discípulos, pois não imitam o mestre. De outro lado, há aqueles que amam o próximo como a si mesmos sem professar o nome de Cristo. São eles seus discípulos? É possível ser discípulo de Cristo sem professar o seu nome?

O próprio Cristo nos traz uma situação análoga. O pai pede a dois filhos que façam algo. Um diz que faria mas não faz. O outro diz que não faria mas faz. Cristo pergunta: quem fez a vontade do Pai? Temos que avaliar bem o valor relativo da confissão, particularmente quando ela é absolutamente despegada da prática da vontade do Pai.

Um comentário:

Alcinélia disse...

Esse raciocínio vem me instigando já há algum tempo...O que de fato diferencia o cristão dos demais??
Na nossa doutrina protestante, a confissão é condição essencial para atestar a salvação, mas, como você bem colocou, vários confessam com os lábios, mas não com as suas atitudes, ou com o coração.
Mas o que me instiga é exatamente a segunda parte do raciocínio, e aqueles que se parecem de fato com Cristo, mas ainda não o confessaram?? Serão cristãos?? Ou não o são, porque não o confessaram?? Bem, e aqueles que nunca ouviram falar de Cristo e procedem com justiça e retidão??
Confesso que ainda não consegui chegar a uma conclusão, e só peço a Deus graça e misericórdia para ser imitadora de Cristo e não apenas professante!!