quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje

Pedir o pão significa pedir o mínimo de que precisamos para sobreviver. O alimento, assim como diversos outros objetos de nosso consumo, podem ser chamados de "bênçãos excludentes" - aquelas que, se eu consumir, outros não vão poder consumir. Isso porque os recursos são finitos.

A orientação de Jesus para que peçamos o mínimo está diretamente relacionada com o fato de que não existe suprimento em abundância para todos. A abundância de uns determina a privação de outros. Por isso a necessidade de tomarmos o caminho do esvaziamento. O que eu consumir em excesso determinará a privação de alguém.

O que deixa clara essa necessidade de preocupação com as necessidades do próximo é o fato de que o pão é nosso, não é meu: que o pão nosso, nos seja dado hoje... a todos nós, irmãos, família humana. O desperdício de uns não passa despercebido, pois falta aos outros.

No entanto, como o que se consome em excesso na América falta na África, parece que nós consumidores não temos responsabilidade, o problema seria culpa deles mesmos. Pensando assim, livramo-nos de qualquer preocupação com o bem-estar daqueles que sofrem a falta de alimentos.

No entanto, isso é um grande engano, pois somos responsáveis uns pelos outros.

Um comentário:

Alcinélia disse...

Confesso que nunca havia olhado sob esta ótica - o pão é nosso e não meu ou apenas dos meus queridos. Quando orava pelo pão nosso de cada dia, pensava, egoísticamente em mim, nos meus familiares, no máximo nos meus amigos.
Mas, essa reflexão me fez enxergar algo que vai muito além das minhas necessidades, as necessidades do próximo. Fez-me parar um pouco e pensar no que estou desperdiçando e que não estou dividindo com os mais carentes e necessitados.
Obrigada, Senhor, porque tem me ensinado coisas novas a cada dia e que eu as coloque em prática!