Na linha de pensamento e argumentação que expus até aqui, o mal se caracteriza pela não obediência à vontade de Deus, ou, resumidamente, em não amarmos o próximo. Nesse sentido, a tentação e o mal são, de maneira particular, a vitória do egocentrismo.
O pedido de libertação do mal está relacionado, na frase, com a queda em tentação. Cair em tentação é sofrer o mal. Não se trata do pedido - também válido diante de Deus - de não se tornar vítima do mal, tanto do involuntário, não causado pela vontade humana, como do voluntário, aquele que é produto da ação humana intencional.
A tentação é o desejo, a inclinação, a tendência egocêntrica, e isso produz o mal em e para nós.
Um comentário:
Se eu fosse reescrever este versículo eu trocaria a conjunção adversativa - mas, pela conjunção aditiva - e. < Não nos deixe cair em tentação e livra-nos do mal>.
Já pediria logo as duas coisas...
Um dos grandes desafios do cristão, atualmente, é não permitir que o seu desejo egocêntrico sobrepuje a obediência à vontade de Deus.
Nada fácil para quem vive numa sociedade focada na busca frenética de prazer e satisfação pessoal acima de tudo.
Realmente, só pela graça e misericórdia de Deus que podemos fugir das tentações e nos libertamos do mal!
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